Fórmula Café

Arquivo para a categoria “2015”

Pesos e medidas

Ano passado, em Mônaco, Max Verstappen tentou uma ultrapassagem. Esse ano, em Melbourne, Fernando Alonso tentou uma ultrapassagem. Nos dois casos, o acidente provocou o abandono de todos os 4 pilotos envolvidos.

O que difere? As consequências. Verstappen levou para a corrida seguinte uma punição de 5 posições e 2 pontos na carteira. Além das críticas, “imaturo”, “novo demais para a F1”. Alonso, ganhou mensagens de apoio e preocupação dos fãs.

Fernando poderia ter saído machucado dada a gravidade do acidente, e ainda bem, saiu ileso. Mas além dele mesmo, colocou em risco outro piloto, e causou bandeira vermelha na prova que foi fator determinante no resultado final.

Max fui punido, e considerado inconsequente. E Alonso? As pessoas que braandaram contra Verstappen não vão falar nada sobre o acidente na Austrália? E a FIA? Idade e título são fatores que pesam no momento de punir?

Fernando Alonso tem 34 anos e 14 temporadas completas na F1. Não deveria cometer erros dessa magnitude. A inconsequência do espanhol é ainda maior que a do holandês.

Acredito que os dois casos foram acidentes de corrida. Mas se houve punição para um, por que o outro, ainda mais grave, saiu ileso?

Alonso e a idade pesando. Opiniões e a falta de fundamentação crítica. A FIA e sua incoerência.

Querido Ron

Querido Ron Dennis,

após esse ano refletindo, de cabeça aberta, para tentar entender a contratação de Fernando Alonso pela sua equipe, cheguei finalmente a seguinte conclusão: a culpa não é sua. Você, inglês disciplinado, gestor, fiel ao seu Team, não teria cometido mais uma vez o erro de contratar um espanhol marrento, individualista e desapegado.

Apostar nos japas não foi um erro. Todos querem trabalhar com jovens inteligentes, focados e com poderio tecnológico. Mas apostar em um piloto com mais de 30 anos conhecidamente desarmonioso…

Que Alonso é um dos maiores pilotos da década passada, isso ninguém duvida. Que é guerreiro, trabalhador e arrojado, também não.

Mas para construir uma equipe vencedora e unida, você precisa de um piloto que se comprometa com o objetivo. E principalmente nesse momento de estima baixa e tensão, que se una à família McLaren-Honda para juntos trilhar o caminho para  sucesso.

Ao invés disso, El Fodón, vai à Suzuka, casa da Honda, ironizar a potência do motor. “GP2 Engine?”. Depois, sobe ao pódio em Interlagos com o companheiro de equipe para tirar uma onda com o fracasso do Team.

Tudo que uma Organização bem sucedida não precisa, é um funcionário que faz zoeiras públicas com a situação. A Honda precisa mesmo é de um Samurai. Que abrace a causa e diga “tamo junto”. Mas de Samurai, Alonso só tem a tatuagem.

Se a equipe já tivesse um carro impecável, feito aquele da década de 80, Alonso poderia ser uma boa opção. Só sentar e pilotar. Vencer e de vez em quando reclamar, como é de sua natureza. Quando perde, Alonso culpa a equipe. Mas quando ganha, o mérito é exclusivo dele.

Deve ser por isso que Fernando Alonso só deu certo com Flavio Briatore. Farinhas do mesmo saco.

Mas você, Boss, sabe disso melhor do que ninguém. Já está claro que a ideia não foi sua, e as declarações enaltecendo o espanhol, deve ser coisa de assessor de imprensa. Por que você, Ron Dennis, que já trabalhou com Niki Lauda, Ayrton Senna, Alain Prost e Mikka Hakkinen, não concordaria com um Fernando Alonso.

Com admiração,

Luiza Maria Saggin

 

MAD MAX, O BOM!

GOIÂNIA – Ultimamente, tenho me empolgado mais com Verstappen que qualquer outro piloto do grid.

Ver Max largando do final do grid é quase garantia que terá espetáculo. O Arrojo é um ponto forte. Muito combativo. E ao meu ver, a despeito de outras opiniões, limpo.

O “NO!” em resposta ao comando de deixar o companheiro passar foi icônico. Inconsequência ou personalidade forte? Os dois talvez. Se ele ficasse pensando na bronca que levaria depois, abriria passagem. Se baixasse a cabeça também. Mas mais do que saber dançar conforme a música, na F1 é preciso postura de campeão. Piloto que obedece sem questionar não vira. Piloto que marca presença, se destaca. Temos aí Rubinho, Nelsinho, Moss, Berger, Massa e tantos que nem lembramos o nome de um lado, Senna, Prost, Fangio, Lauda e Schumacher de outro.

Verstappen sabe bem em quem se espelhar. Sabe onde quer chegar. Tem o pique de um moleque e cabeça de campeão. É dedicado. Focado. Talentoso. Os melhores ingredientes para formar um piloto top.

Helmut Marko tem faro apurado para piloto bom. Só falta lapida-lo como fizeram com Sebastian Vettel. Mas talvez nem precise tanto esforço, o moleque já veio quase pronto.

Max é talvez em todos esses anos acompanhando F1, minha maior aposta. Ou fé em um futuro grandioso. Não é qualquer que chega à categoria número 1 do automobilismo com 17 anos e ganha notoriedade e moral.

Minha diferença de idade para Max são de exatos três meses. Mas digo: Max, quando eu crescer, quero ser igual a você.

Aprendendo com as crianças

GOIÂNIA – Duas semanas atrás, Verstappen e Grosjean bateram em Mônaco. Massa criticou Verstappen. Normal, levando em conta que um monte de gente criticou e que o Massa não perde a oportunidade de dar uma opinião sobre alguma que ele não tem relação.

Até a coletiva de imprensa da quinta-feira, Max não havia rebatido as críticas. Deu uma declaração dizendo que o que aconteceu em Mônaco era passado e estava focado em Montreal. Só.

Mas aí um jornalista perguntou para Felipe o que ele achava do acidente. O brasileiro continua com a opinião de que a FIA tá é certa em punir esse menino de 17 anos.

Verstappen, como se estivesse nesse mundo há mais de década e tivesse pegado aula de mídia com Jenson Button, se defendeu com o argumento da telemetria e lembrou do acidente de Massa e Sérgio Pérez no GP do Canadá em 2014, parecedíssimo ao de Mônaco entre Verstappen e Grosjean.

Massa, após esse acidente, passou dias dando declarações de acusação a Pérez, postando até no Instagram “provas” de que o culpado era o mexicano.

Verstappen, aceitou a punição (injusta) com a filosofia de ‘o que passou passou, bola pra frente, tem outras corridas’.

Massa deveria aprender com Kimi Raikkonen e não dar opinião no que não o diz respeito.

Max tem metade da idade do vice-campeão de 2008, e está se mostrando muito mais maduro.

Mônaco e o amadorismo profissional

GOIÂNIA – Me desculpem por repetir tantas vezes isso, mas a F1 é uma caixinha de surpresas!

Mônaco tem dessas de ser bem chatinha ou ter uma reviravolta marcante para a história da F1.

“Hamilton ganhou”, pensei quando já na 1° volta abria vantagem para o segundo colocado.

Estava tudo indo conforme o script até o acidente de Verstappen e Grosjean.

Max Verstappen era o nome do fim de semana. Pela primeira vez em Mônaco, o holandês andou bem nos treinos e brilhou na corrida. Na 64° volta, ao tentar ultrapassar Romain Grosjean na Sainte Dévote, bateu na sua traseira e passou reto na curva. A FIA puniu com 5 posições no próximo grid de largada e dois pontos na carteira.

Inconsequente, imaturo, novo demais para a F1… Muito se disse sobre Max. Culparam sua pouca idade, como se vários outros experientes e arrojados pilotos não tivessem passado por situações parecidas. E olha que a culpa nem foi toda dele. O piloto mais jovem da história da F1 foi arrojado. Ultrapassar em Mônaco é difícil, na Sainte Dévote então! Arriscou. Porém o acidente não aconteceria se o piloto da frente não tivesse antecipado a freada.

Mas vai ser bom ver Max largando para o final do grid. Provavelmente fará uma escalada interessante em Montreal.

Deu SC. Hamilton, Rosberg e Vettel formavam o top-3. De repente o líder entra nos boxes e volta em 3°. Ninguém entendeu. A estratégia previa que Hamilton voltasse ainda em 1°. (A estratégia inicial previa que ele nem precisasse parar outra vez).

Ainda restava uma esperança. O piloto combinado ao carro e ao pneu mais macio e mais novo poderia ainda lutar pela vitória nas últimas 8 voltas.

Mas na relargada, Rosberg foi embora e sobrou para Vettel a árdua tarefa de segurar o líder do campeonato. E o alemão conseguiu. Tudo bem que o circuito urbano do principado ajudou, mas foi emocionante ver, no melhor estilo Senna x Mansell dos anos 90, o piloto com o melhor carro penando e não conseguindo ultrapassar o outro.

Foi emocionante e agoniante para os fãs dos dois pilotos, de deixar as mãos trêmulas e as pernas bambas. Terminou assim. Rosberg, Vettel e Hamilton. Dada a bandeirada, estávamos todos loucos para ver o quão grilado o inglês estava!

Hamilton fechou a cara, comprimentou Vettel e mandou um “Good job” para Rosberg, recebeu o troféu, ouviu o hino e não estourou champanhe. Mal perdedor? Um erro de calculo custou uma vitória e 10 pontos. Mas não foi pelo troféu maior ou pelo aumento da vantagem que Hamilton estava emburrado, foi por ter a vitória arracada por um erro bobo que nem foi sua culpa.

O Toto disse que foi o Lewis que reclamou dos pneus e eles só tentaram resolver. De 1001 reclamações do inglês no rádio, eles tentam solucionar justamente a que menos precisava de solução?

Rosberguinho inclusive, me parece, passará sua jornada na Mercedes à sombra do companheiro, mantendo sua consistência, esperando que algo dê errado e o eleve a vencedor.

Não que eu ache que a Mercedes, a FON, ou a FIA queiram controlar o campeonato para que a audiência da categoria não baixe, mas que foi estranho esse calculo de 3s5 de erro foi.

Para finalizar a corrida, vimos um lindo jogo de equipe rubro taurino. No rádio, pediram a Kvyat, 4°, para abrir passagem para o companheiro de equipe, Ricciardo que vinha com um ritmo melhor e poderia brigar pelo pódio. No finalzinho da corrida, ao ver que o australiano não conseguiria um 3° lugar, pediram-no que devolvesse a posição ao russo. E assim fez Ricciardo. Jogo de equipe que equipe deve ter! Parabéns, RBR.

Alonso continua sem pontuar na temporada. Button fez os primeiros pontos da atual edição da parceria McLaren-Honda. Maldonado, segue sem terminar uma corrida em Mônaco. E eu, juro, não falarei mal desse Grande Prêmio até ano que vem.

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