GOIÂNIA – Me desculpem por repetir tantas vezes isso, mas a F1 é uma caixinha de surpresas!
Mônaco tem dessas de ser bem chatinha ou ter uma reviravolta marcante para a história da F1.
“Hamilton ganhou”, pensei quando já na 1° volta abria vantagem para o segundo colocado.
Estava tudo indo conforme o script até o acidente de Verstappen e Grosjean.
Max Verstappen era o nome do fim de semana. Pela primeira vez em Mônaco, o holandês andou bem nos treinos e brilhou na corrida. Na 64° volta, ao tentar ultrapassar Romain Grosjean na Sainte Dévote, bateu na sua traseira e passou reto na curva. A FIA puniu com 5 posições no próximo grid de largada e dois pontos na carteira.
Inconsequente, imaturo, novo demais para a F1… Muito se disse sobre Max. Culparam sua pouca idade, como se vários outros experientes e arrojados pilotos não tivessem passado por situações parecidas. E olha que a culpa nem foi toda dele. O piloto mais jovem da história da F1 foi arrojado. Ultrapassar em Mônaco é difícil, na Sainte Dévote então! Arriscou. Porém o acidente não aconteceria se o piloto da frente não tivesse antecipado a freada.
Mas vai ser bom ver Max largando para o final do grid. Provavelmente fará uma escalada interessante em Montreal.
Deu SC. Hamilton, Rosberg e Vettel formavam o top-3. De repente o líder entra nos boxes e volta em 3°. Ninguém entendeu. A estratégia previa que Hamilton voltasse ainda em 1°. (A estratégia inicial previa que ele nem precisasse parar outra vez).
Ainda restava uma esperança. O piloto combinado ao carro e ao pneu mais macio e mais novo poderia ainda lutar pela vitória nas últimas 8 voltas.
Mas na relargada, Rosberg foi embora e sobrou para Vettel a árdua tarefa de segurar o líder do campeonato. E o alemão conseguiu. Tudo bem que o circuito urbano do principado ajudou, mas foi emocionante ver, no melhor estilo Senna x Mansell dos anos 90, o piloto com o melhor carro penando e não conseguindo ultrapassar o outro.
Foi emocionante e agoniante para os fãs dos dois pilotos, de deixar as mãos trêmulas e as pernas bambas. Terminou assim. Rosberg, Vettel e Hamilton. Dada a bandeirada, estávamos todos loucos para ver o quão grilado o inglês estava!
Hamilton fechou a cara, comprimentou Vettel e mandou um “Good job” para Rosberg, recebeu o troféu, ouviu o hino e não estourou champanhe. Mal perdedor? Um erro de calculo custou uma vitória e 10 pontos. Mas não foi pelo troféu maior ou pelo aumento da vantagem que Hamilton estava emburrado, foi por ter a vitória arracada por um erro bobo que nem foi sua culpa.
O Toto disse que foi o Lewis que reclamou dos pneus e eles só tentaram resolver. De 1001 reclamações do inglês no rádio, eles tentam solucionar justamente a que menos precisava de solução?
Rosberguinho inclusive, me parece, passará sua jornada na Mercedes à sombra do companheiro, mantendo sua consistência, esperando que algo dê errado e o eleve a vencedor.
Não que eu ache que a Mercedes, a FON, ou a FIA queiram controlar o campeonato para que a audiência da categoria não baixe, mas que foi estranho esse calculo de 3s5 de erro foi.
Para finalizar a corrida, vimos um lindo jogo de equipe rubro taurino. No rádio, pediram a Kvyat, 4°, para abrir passagem para o companheiro de equipe, Ricciardo que vinha com um ritmo melhor e poderia brigar pelo pódio. No finalzinho da corrida, ao ver que o australiano não conseguiria um 3° lugar, pediram-no que devolvesse a posição ao russo. E assim fez Ricciardo. Jogo de equipe que equipe deve ter! Parabéns, RBR.
Alonso continua sem pontuar na temporada. Button fez os primeiros pontos da atual edição da parceria McLaren-Honda. Maldonado, segue sem terminar uma corrida em Mônaco. E eu, juro, não falarei mal desse Grande Prêmio até ano que vem.