Goiânia (1)
GOIÂNIA – Se tivesse que escolher um lugar no mundo todo, escolheria o Autódromo de Goiânia. Lá eu passei pelos momentos mais especiais da minha curta vida de fã do automobilismo.
Fui em Interlagos uma vez, foi surreal, comecei a chorar antes de entrar no autódromo.
Mas em Goiânia, sinto o automobilismo muito próximo. E neste fim de semana, eu me senti parte dele.
Automobilismo, principalmente a F1, é um esporte muito distante do fã. Os ingressos são caros, os pilotos são pouco acessíveis, e só pratica quem tem uma condição ótima.
Quando a Stock confirmou Goiânia no calendário pela primeira vez, em 2014, eu vi a oportunidade de, primeiro ver Rubens Barrichello correr, e depois conhecer a categoria que mais me apetecia depois da Fórmula 1. E daí para frente todas as vezes que assistia a maior disputa do automobilismo brasileiro eu me apaixonava mais e mais pela Stock.
Em 2013 conheci Felipe Fraga. E desde 2014, seu ano de estreia, o vi amadurecer e chegar até aqui, favoritíssimo ao título da temporada de 2016. Vi Rubinho vencer uma corrida pela primeira vez na categoria e de quebra ganhar um milhão. Fiz contato e tive a oportunidade de ser colunista em uma revista. Em 2015, conheci pessoalmente uma amiga, até então apenas virtual, a Samara, que já dividiu comigo o deslumbramento no paddock por duas vezes. Vi dois sobrenomes de peso correrem juntos, Senna e Prost. Vi duas lendas da Stock correrem juntas novamente, Ingo Hoffman e Chico Serra. Colecionei bonés e autógrafos na minha camiseta da Stock.
Mas esse final de semana foi ainda mais especial. Nos anos anteriores eu sentia que aquilo era o que queria para mim, precisava fazer parte daquele mundo. E por um fim de semana, fiz. Andei pelo paddock, para lá e para cá. Entre um café e outro na sala de imprensa, pedi dicas para Reginaldo Leme, conheci Lito Cavalcanti e Sérgio Maurício. Conheci também um piloto da F3 mais novo que eu, trilhando uma carreira promissora no automobilismo. Comemorei pole dentro de boxe. Vivenciei decepção de uma equipe ao perder uma vitória praticamente certa. Tive a indescritível sensação de me sentar no cockpit de um Fórmula 3, vivendo a ilusão de me achar uma profissional das pistas. Atravessei o grid no sagrado momento de concentração dos pilotos. Passei horas e horas no autódromo achando sempre o tempo muito curto. Fiquei ansiosa, tensa, incrédula e acima de tudo realizada. Divide essas emoções com as pessoas muito importantes, meu pai, Karol Pedroni, Rayza Martins e Samara Helou. No domingo, fui para casa sem acreditar que acabara, e que teria de esperar o ano seguinte para quem sabe viver tudo aquilo outra uma vez.
O automobilismo brasileiro tem está cada vez mais profissional e competitivo. A cada contato que tenho com a Stock, admiro mais a organização e a competência da VICAR na gestão desse esporte.
É incrível poder ver e viver intensamente momentos que tanto sonhei. O automobilismo faz parte de mim e quero sempre fazer parte dele.